Assinatura Grandes Concertos Triplos

O concerto é uma conversa, com momentos de oposição e de entendimento, ora medindo forças, ora juntando-as. Uma invenção do período barroco, tecnicamente o concerto é uma obra musical que coloca em confronto uma orquestra, de um lado, e um ou mais solistas, do outro. Num concerto temos a oportunidade de apreciar as capacidades dos solistas nesse confronto desigual, chamando para si o protagonismo e revelando a sua ligação íntima com o instrumento. Ao longo de cinco programas, divididos entre a Orquestra Sinfónica, a Orquestra Barroca e o Remix Ensemble, percorremos alguns dos mais brilhantes exemplares de uma versão muito peculiar do concerto — o concerto triplo, com três solistas. Como não podia deixar de ser, o ciclo começa com música barroca, e da melhor maneira. O Concerto triplo em Lá menor de J. S. Bach terá como solistas a violinista Jane Gordon, a flautista Marta Gonçalves e o cravista Mahan Esfahani, que se estreia na direção da Orquestra Barroca. Mais tarde, o agrupamento da Casa especializado em música antiga dedica um fim de tarde a vários concertos triplos, passando por Telemann e Bach (incluindo dois dos célebres Concertos Brandeburgueses). Com três pianos em palco, percorridos pelas mãos de Julius Zeman (músico vienense que será também o maestro), Mona Asuka e Shun Oi, celebramos a genialidade de Mozart. Beethoven abordou este género uma única vez, e para nos apresentar a sua obra convidamos Emmanuel Coppey (violino), Marc Coppey (violoncelo) e Finghin Collins (piano). Provando que ainda hoje os compositores se deixam fascinar pelas possibilidades do concerto triplo, o ciclo inclui a estreia nacional de Vampyrotheone, uma obra de Olga Neuwirth para guitarra elétrica, clarinete, saxofone e três grupos instrumentais. Um conjunto notável de concertos para três solistas.