Considerada o coração da Casa da Música, a Sala Suggia – assim batizada em homenagem à violoncelista portuense Guilhermina Suggia, expoente mundial do instrumento na primeira metade do século XX – serve de âncora a todo o edifício, permitindo que os principais percursos se desenhem à sua volta. Com sete janelas que a ligam quer ao exterior quer a outros espaços, proporcionando diferentes ângulos de visão, é uma das poucas salas de concerto onde se pode tocar música exclusivamente com luz natural.
As artes decorativas e os períodos fundamentais da História da Música ocidental merecem especial deferência na Sala Suggia, o que salta à vista em exemplos como a talha dourada ou os órgãos de tubos. Tais evocações convivem e dialogam com um conjunto de elementos de indisfarçável contemporaneidade, em que se inscrevem a canópia, a sala de régie ou a ponte de manutenção.
A acústica do auditório principal é, reconhecidamente, de excelência. Todos os materiais de revestimento foram escolhidos com essa preocupação: contraplacado de pinho nórdico para paredes e teto; vidro curvo para compensação e divergência de ondas sonoras e tecido para as cadeiras.
Ao contrário do que acontece com auditórios exclusivamente dedicados à música clássica e sinfónica, a Casa da Música também apresenta outros géneros, daí a Sala Suggia possuir galerias para equipamento técnico de luz acima do teto e uma ponte de manutenção que o atravessa, podendo ainda deslizar sobre ele. A distribuição equitativa de som faz com que todos os lugares da sala sejam excelentes.
A disposição das cadeiras, sem coxia ou corredor central de distribuição, proporciona um acesso harmonioso a todos os lugares sentados. Com esse intuito foi desenvolvido, nos assentos, o mecanismo de deslize, que permite a uma pessoa atravessar uma fila inteira de cadeiras sem que ninguém tenha de se levantar.
Pisos 2 a 4
Capacidade: 1.238 lugares