Cruzamentos Felizes
No horizonte já espreita um novo ano e com ele lançam-se desejos aos quatro ventos para mais um ciclo. Na Casa da Música, cada uma destas passagens rituais traz também consigo a entrada numa nova temporada de concertos, recheada de propostas originais e unidas por um fio que nos guiará durante a próxima volta ao Sol.
Se, neste ano que agora termina, Portugal inspirou a programação da Casa, completamente atravessada por grandes obras de compositores nacionais, com a presença de solistas e maestros portugueses, 2025 desenha-se a partir do mote Caminhos Cruzados, destacando encontros inusitados entre estilos e geografias, mostrando como música erudita e popular se influenciam mutuamente. Os Compositores em Residência são um reflexo dessa ideia. Liza Lim (1966), australiana de origem chinesa, combina sonoridades aborígenes, tradições chinesas e cânones ocidentais, enquanto João Carlos Pinto (1998), compositor e performer multimédia, é um dos representantes da nova geração de artistas multidisciplinares, com sólida conexão à tradição.
A programação de 2025 convida o público a explorar novos horizontes através de surpreendentes cruzamentos musicais. Entre as novidades, destacam-se festivais que promovem diálogos entre géneros musicais, culturas e tradições, rompendo fronteiras físicas e mentais, como Mulheres na Música (março), 20.º Aniversário da Casa da Música (abril) e Repercussões (setembro). Paralelamente, as narrativas históricas continuam a enriquecer a temporada: Invicta.Música.Filmes (fevereiro), Rito da Primavera (maio), Verão da Casa (junho, julho e setembro), Outono em Jazz (outubro), À Volta do Barroco (novembro) e Música para o Natal (dezembro).
2025 será também um ano marcado por celebrações. Desde logo, a comemoração dos 20 anos da Casa da Música. A data redonda não merece nada menos do que um mês inteiro de festa, com concertos dos vários géneros musicais, atividades educativas e ainda um ciclo de conferências. Tudo em abril. Alguns meses depois, em outubro, o Remix Ensemble é também chamado a soprar as velas: são vinte e cinco. A data não podia deixar de ser assinalada sem uma estreia nacional, neste caso de uma nova versão para ensemble do emblemático ciclo de canções A Bela Moleira. No mesmo mês, celebram-se também 25 anos da passagem da Orquestra Nacional do Porto à dimensão sinfónica. A data assinala-se com três concertos que ilustram as principais linhas da identidade artística do maior e mais antigo agrupamento residente da Casa.
Nesta temporada, que se prevê tão vibrante, desenhámos um programa de assinaturas ainda mais abrangente e variado, com 13 séries exclusivas de concertos meticulosamente combinados para proporcionar experiências inesquecíveis ao longo do ano inteiro.
Entre as novas assinaturas, destacam-se: Concertos Triplos, com cinco programas da Orquestra Sinfónica, Orquestra Barroca e Remix Ensemble, que vão dar prova do talento não de dois, mas de três solistas, através de alguns dos mais notáveis exemplares desta versão de concerto tão peculiar. Romantismo na Música, uma jornada pelas formas e ideias mais emblemáticas da música romântica, com um recital do pianista Yoav Levanon, e concertos com três dos nossos agrupamentos – Coro, Remix Ensemble e Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música. Grandes Concertos de Tchaikovski, que inclui quatro programas dedicados a obras-primas do compositor russo e conta com reputados solistas convidados: Júlia Pusker (violino), Yeol Eum Son (piano), Claire Huangci (piano) e Pavel Gomziakov (violoncelo).
Nesta temporada tão especial, queremos que continue a fazer parte da história que aqui construímos diariamente. São já 20 anos desta Casa que se tornou um marco arquitetónico e musical da nossa cidade. Mas uma casa só vibra com gente dentro. E esta precisa de ser tocada a várias mãos – pelos que aqui trabalham nas suas mais variadas áreas, mas também pelos que nos visitam diariamente – sozinhos, na companhia de amigos, filhos e até netos. Contamos consigo em 2025. Até lá!