Partitura – Fevereiro 2024

Gustav Mahler dizia que o melhor da música não se encontra nas notas de uma partitura. Também não será nas palavras deste Partitura que se encontra o melhor dos artistas e da música que se ouve na Casa da Música, mas sim nos muitos ensaios e concertos em que toda a dedicação, emoção, sabedoria e talento se combinam em momentos únicos e irrepetíveis e que esta edição o convida a descobrir.

A agenda mensal de fevereiro, que pode consultar em baixo, dá-lhe a conhecer uma programação intensa e variada, com um particular enfoque nos mais destacados intérpretes portugueses de variados géneros e estilos musicais.

A Tónica do mês foca-se na junção da primeira à sétima arte, da música ao cinema, revelando compositores e filmes premiados com óscares de Hollywood e colocando em destaque uma entrevista com o portuense Igor C Silva, autor da banda sonora tocada ao vivo na exibição do clássico do cinema português, O Táxi 9297. A rubrica A Solo leva-nos ao encontro de José Eduardo Gomes e da Sétima Sinfonia de Beethoven, a obra com que o maestro e clarinetista português venceu a prestigiada European Union Conducting Competition e que é apresentada em formato de concerto comentado.

Para que mantenha sempre os ouvidos bem abertos à diversidade e riqueza de tudo o que o rodeia, recordamos-lhe a existência do Orelhudo!, uma forma de conhecer o mundo através da música.

E por falar em Orelhudo!, será essa uma ideia para um disfarce de Carnaval? Este ano dedicamos o nosso a Portugal. Venha celebrá-lo connosco e descobrir o melhor da música que se esconde por detrás das notas de uma partitura.

A SOLO

José Eduardo Gomes

“A Casa da Música faz parte do meu crescimento musical, das mais variadíssimas formas, quer logo como espectador, quer como instrumentista dos seus agrupamentos residentes e convidados, e mais recentemente como maestro convidado da sua Orquestra Sinfónica.

Recordo a minha estreia, ainda estudante de direção de orquestra, numa masterclass orientada pelo maestro Jorma Panula, corria o ano de 2011. No concerto final, tive a felicidade de dirigir a abertura da ópera O Barbeiro de Sevilha, de Gioachino Rossini.

Desde esse momento, tão importante para mim, foram várias as ocasiões em que pisei o palco da Sala Suggia, juntamente com a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música. Todas elas experiências de partilha e cumplicidade, numa sinergia sempre única. Recordo com alegria um concerto de São João em que o meu professor de direção veio propositadamente da Suíça para estar na audiência. Lembro-me bem de que a sua presença despertou em mim um misto de nervosismo e calma. A vida é mesmo um conjunto de momentos que gravamos na nossa memória.”